quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Talvez

Talvez você não leia esse texto até o final. Talvez você o ache muito chato. Talvez se bastasse o absurdo, hoje a dor seria menor, a indignação com o mundo me deixa mais louco que o possível. Talvez fosse mais fácil aceitar o mundo como é, e não fazer as perguntas filosóficas, pra que? Por quê? Por mais que eu tente não dá pra ser assim.

Talvez o medo da solidão impeça-me de dividir, talvez eu queira dividir, talvez as idéias nem sejam tão loucas, há algum tempo quando descobri o porquê de tantos porquês, descobri que talvez a sinceridade de mais me deixasse descontrolado e sem vida particular, tudo é um livro aberto, não há paredes no quarto nem no banheiro. A necessidade de amigos que me tornou dependente me deixou só. A distância machuca aqueles que precisam de carinho, afeto.

Talvez eu não consiga viver sozinho, talvez eu tenha medo da solidão apesar de nunca sentir medo de nada. Talvez ainda me falte uma injeção de confiança, ou talvez isso não seja necessário, pois sempre que preciso tenho amigos que me colocam pra cima. Mas por que sempre têm que me colocarem pra cima? Por que não é permitido viver um momento de solidão e ódio? Talvez seja por que a felicidade é mais sedutora, por que ser gótico é ser diferente? Talvez as vestimentas causem impacto na sociedade por que a diferença sempre acaba sendo a igual ignorância de todo mundo.

Talvez o xadrez deixe mesmo as pessoas loucas, mas quem sabe a verdade? Pensar de mais é ser louco? Talvez a poesia não seja uma arte e sim um meio de escape dos pobres e fracos de espírito. Também, quem mandou o mundo ser tão igual e tão diferente ao mesmo tempo, a vida que me pertence é bem mais cuidada pelo meu colega que por mim. A preocupação com preocupações alheias deixam as pessoas idiotas e intrometidas. Talvez isso fosse diferente se existisse uma bolha onde pudéssemos viver ao menos 12 horas por dia, mas ninguém garante que a morte exista.

Por que tudo sempre tem que fazer sentido? Por que existem tantas regas? Algumas tão sem sentido quanto quem as criou. Para ser igual? Essa seria a resposta mais conveniente. E se eu quiser escrever varias palavras aliadas, mas que nenhuma tenha ligação com a outra? E se eu quiser sair à noite totalmente nu gritando eu amo a liberdade? Com certeza eu seria preso, mas por que as pessoas que se dizem normais não se conformam com o fato de os loucos acharem que a loucura não existe. Pra mim a loucura não existe isso não diz nada sobre eu ser louco ou não, mas se eu for? E se eu viver uma vida dupla? Ou tripla quem sabe.

Talvez um dia eu descubra o nome do monstro que vive dentro de mim e que me insulta a dizer coisas que quero, mas que na verdade não deveria dizer, simplesmente por que a sociedade é chata e não compreendem os outros pelo fato de a mente ser um só e não uma equipe. Talvez eu ache chato repetir tantas vezes a palavra “talvez”, mas talvez seja por que a incerteza está em tudo, tudo pode ou não acontecer.


Por: Tiago Gomes Dos Santos.

Um comentário:

  1. Amado poeta, sempre a me surpreender. Realmente amei o texto. Poeta e Diego estão de parabéns pelo blog!!!

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